domingo, 27 de dezembro de 2009

El Chico

Kamau foi o touro na arena escolar nos dois anos que resistiu aos banderilleros.

Foi esquecido apenas por um dia, quando um dos integrantes de “Os Lobos” levou um aerossol com tinta preta, e a diversão foi tintar todas as paredes possíveis com palavrões.

Mas, nas semanas seguintes, o bando descobriu que seria mais divertido ainda deixar “o preto colorido”. Kamau saía correndo das aulas, e chegava em casa aos prantos, tentando esconder da mãe as agressões sofridas.

O Menino, agora um Chico passando dos 10 anos, sabia que a entrada daquele negro estrangeiro em sua turma, no ensino fundamental, foi a certeza de espetáculo sem muitas reclamações. Quase toda a escola se divertia com as touradas armadas por “Os Lobos”.

Kamau no centro do círculo, tentando fugir, e sendo espetado por todos os lados. Alguns outros estudantes, que não andavam com o bando, as vezes se animavam a jogar uma bola de papel ou outros objetos leves na criança alvo. Três estudantes se postavam em pontos estratégicos para avisar a chegada de algum inspetor de pátio. Nunca ninguém era pego.

No começo do segundo ano, o integrante mais velho do grupo de amigos do Chico sugeriu que poderia violentar Kamau. Seria divertido fazer o negro mulherzinha deles e ensinar umas coisas aos menores. Passada a primeira impressão, alguns concordaram. O Chico ponderou que era esquisito.

- Qualé cara, vai amarelá? O moleque é só um preto, mano, num é ninguém - diz um.

- Antigamente até dizium que eles são bicho. Meu avô contô. Eles nem era batizado nem nada, tinha até parte co diabo - diz outro.

Ao final, decidiu não participar, o medo de vomitar na frente dos amigos foi mais forte que a curiosidade em ver que cara o estrangeiro faria. Por muitos imprevistos, os planos para o ataque sexual foram se prolongando por quase todo o ano. Mas a espera dos amigos não era inativa: ao longo dos meses, o corredor polonês, xingamentos, algumas vezes um espancamento.

Até que chegou o dia em que o Mais Velho declarou que estava tudo pronto, tudo certo. O Chico inventou uma desculpa. Na saída, observou os amigos acompanharem Kamau, e quando este tentou fugir, o agarraram e amordaçaram. Os estudantes que viram o que se passava, ou fingiram não ver, ou sabiam do que se tratava e se riam intimamente antes a perspectiva do sofrimento alheio, sentindo que assim compartiam secretamente o poder que o grupo de amigos tinha.

No dia seguinte, Kamau não estava na aula. O grupo se ria e anunciava a bravura. A tortura era relatada em detalhes a quem quisesse ouvir:

- Daí o neguinho começô a chorá!

E uma explosão de gargalhadas se ouvia.

Kamau não estava na sala, nem no pátio. Foi avistado pelos estudantes na rua em frente à escola. “Os Lobos”, avisados, foram ao seu encontro.

- O preto qué mais é?

A arena foi formada. No centro alguns integrantes do bando e Kamau. Os insultos contra o estrangeiro eram cuspidos com prazer, e este não respondia, nem se mexia.

- Num sabe falá, é, desgraçado? Fala alguma coisa aí, pra vê se aprendeu direito nossa língua?

A torcida flutuava na expectativa da surra que Kamau levaria.

- Bate nele, mano.

Foi o suficiente para incentivar o coro “bate, bate, bate”. Os menores se retiraram do círculo, e o Mais Velho olhou Kamau, solitário, do outro lado.

Os olhos de Kamau não falavam de medo. Isso assustou o Mais Velho.

sábado, 26 de dezembro de 2009

El Chiquillo

- Touro é bicho, menino.

As palavras do pai ficaram gravadas. O sangue do animal no chão, o júbilo pela desgraça do touro, a raiva pelo ataque ao toureiro, tudo estava impregnado na pele.

Logo começou a freqüentar as aulas do ensino fundamental. A escola era linda, e o grupo de amigos era inseparável.

Ele já estava ambientado, e a diversão durante as aulas era colar chicletes no cabelo das meninas. Ninguém descobria o “artista”, já que o máximo que as meninas faziam era chorar baixinho, e a professora apenas olhava com ar de desaprovação.

No intervalo das aulas, o grupo de amigos inventava muitos modos de se divertir. Na segunda semana de aulas, fizeram um corredor polonês na saída do banheiro feminino, e puxavam as saias das meninas dando-lhes trancaços, provocando gritos e choro, e riam das pequenas rodopiando na tentativa de fugir dos golpes e agarrões.

Na terceira semana, descobriram que era prazeroso mostrar o pênis para as meninas e para os meninos mais tímidos. Estes fugiam espavoridos, dando uma indescritível sensação de poder ao grupo de amigos.

Ato contínuo, urinar nas paredes, marcando território, e passaram a se intitular “Os Lobos”.

No segundo mês, o pai e a mãe foram chamados à escola.

- Mas é um menino, faz coisas de meninos pra se divertir – afirma o pai.

- E não feriram ninguém – adjunta a mãe.

Os dois vão pra casa sob a promessa de conversar com o pequeno, rindo-se de suas aventuras escolares.

Um dia um burburinho percorre a sala: um menino negro está sentado ao fundo, na última carteira, de cabeça baixa, olhado com curiosidade e expectativa por todos e todas. O membro de “Os Lobos” resolve que aquele é seu lugar, se aproxima, dá um tapa na mesa e sibila um “se manda”. O garoto negro, sem levantar a cabeça, troca de carteira.

A professora entra, relanceia os olhos, e apresenta Kamau, o colega estrangeiro que acaba de se incorporar à turma. O grupo de amigos abre sorrisinhos e se entreolha.

À saída, Kamau ouve um “Kamaaaaúúúúúúúú´”, como um uivo de lobo, ao voltar a cabeça, uma pelota de papel cheio de saliva lhe acerta o rosto. O grupo se desmancha em gargalhadas, provocando o riso dos que assistem.

O olhar de medo de Kamau, lançado a todos os lados, não tem retribuição em solidariedade. Ele rompe a barreira humana que apreciava o espetáculo formando uma arena, e corre para casa.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

El Niño

OLÉÉÉÉÉÉÉ´!!!!!!!!!!!!!!!! OLÉÉÉÉÉÉÉ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A multidão berrava em pé, aplaudindo o toureiro.

Este, impecável, aprumado, não mexia o calcanhar uma vírgula. Sorridente, garboso, observava o touro, adiantando cada passo, e prevendo o desfecho. Manejava a muleta, a capa vermelha, empertigado com empáfia diante da imbecilidade taurina.

O espetáculo da tourada estava em sua terceira e última parte, e com as banderillas cravadas no dorso, o touro sangrava aos cântaros. O olhar turvado pela dor, zonzo pelos gritos da torcida, arremetia fracamente contra um balouçante tecido vermelho. Não sentia mais nada que fazer. Em uma arremetida, pisou em falso e tombou no chão, sentindo a dor excruciante das espadas que se enterravam mais na carne.

A torcida delirava. Os que estavam ao sol e os que estavam á sombra se irmanavam no incentivo ao toureador. O sangue que pelo solo marcava os passos do touro enchia de sangue os genitais da cristã platéia, que se regozijava com o sorriso vencedor do toureiro. “Mata! Mata! Mata!” Que lindo espetáculo naquela tarde.

O toureiro caminhava tranqüilo, dava as costas ao touro, que se levantava do tombo. Fazia reverências à torcida. As madames, bem vestidas, com cabelos e unhas bem cuidados, aplaudiam timidamente. Os homens se sentiam representados e satisfeitos com a brava masculinidade na arena, e berravam a plenos pulmões, cheios de alegria. Logo o touro estaria no chão, de joelhos diante do toureador. Um animal, um ser ignorante. É como se diz, “se o boi soubesse a força que tem, não estaria puxando a carroça sob o chicote.” O touro é um animal, ignorante. Não é esperto como os gatos.

O pai, que já estava em pé engrossando o “OLÈ”, passa a exigir a orelha, o troféu do bom toureiro. A multidão, com o sangue nos olhos, endossa. Todos querem as orelhas do touro nas mãos do toureiro. O menino olha fascinado. “Que mundo delicioso!” pensa ele.

Uma senhorita passa em frente à arquibancada, e recebe um tapa na bunda. Apressa o passo, nervosa, ouvindo os risos de satisfação atrás de si. “Muito bem”, diz um desconhecido ao que deu o tapa na moça; o menino também se ri, sabendo que esse é o passaporte para ser aceito no mundo dos adultos.

O momento final se aproxima. O toureiro prepara a espada da morte.

O touro, recuperado um momento, sente dor em cada pedaço de músculo. Olha o entorno hostil. A visão ainda turva.

A arena já sem os banderilleros, tem apenas os dois oponentes: touro e toureiro.

O touro começa os primeiros passos vacilantes. Conforme avança, se desenha uma convicção: há que mudar o alvo. Suas pernas ganham a força de quem sabe para onde ir.

Reúne o último alento e arremete.

Ninguém previra aquilo. Depois do “ÒÒÒÒÒhhhhhhhhhhhhhhhh”, a multidão se cala. Agito na arena, serviços médicos.

Levado para o sacrifício, o touro olha a arquibancada. “Assassino! Assassino!”.

- O que vai acontecer, pai?

- Temos que mostrar quem é que manda filho.

- E o touro?

- Touro é bicho, menino.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Chamartin

Chamartin era das mais bonitas.
Ela descia a escada lentamente, respirando fundo, e olhando a Matrix azul no paredão em frente.
Volta, escada seguinte, e a inundação vermelha de tetos se misturava com o rugidos dos trens chegando e saindo.
Essa era uma boa hora, a de voltar, sem pressa, seguindo o caminho conhecido, seduzida pela alternância azul-vermelho, pelos pontos correndo na Matrix, pela amplitude da estação.
Voltou-se e viu que ainda era seguida.
Ainda na estação da Renfe, em Três Cantos, percebera o moço, aparentando 40 anos, jaqueta marrom, toca preta, mãos nos bolsos, sem mais nada, e que não a perdia de vista. Desceu em Cantoblanco para confirmar as suspeitas. Tentou despistar subindo correndo as escadas, entre os muitos estudantes, mas, ele percebeu e também trocou de plataforma para continuar rumo a Madrid.
Em Charmatin, ela mergulhou na beleza do lugar, até o perceber tomando a mesma escada. Parou no painel de informações, e fez de conta que buscava o melhor caminho para Aluche, enquanto olhava o sujeito de jaqueta marrom que fingia amarrar o cadarço.
Desistiu da rota azul clara de sempre, e se dirigiu para a linha azul marinho. Enquanto esperava os três minutos até o próximo trem, olhava a Matrix, e corria os olhos buscando mais perseguidores.
Não os localizou.
Caminhando como quem está cansada, aproximou-se do homem. Tinha a sua altura, ombros fortes, com a toca escondia os olhos. Poderia vencê-lo.
As mãos nos bolsos talvez escondessem algo.
Dois minutos.
Gente se aglomerando na plataforma. Ela pega “O Jardineiro Fiel” e finge ler.
Um minuto. Fecha o livro. Ele está bem atrás dela.
“o trem vai efetuar entrada nesta estação”. Um passo ao lado, um passo atrás, lado a lado.
As luzes da serpente azul e branca apontam, toda a multidão dá um passo a frente, o trem vem acelerado.
Um pé atrás do corpo, o livro cai, ela se curva meio para o lado. Em uma fração de segundos, gritos, vários ligam para a emergência, o maquinista tenta abrir caminho.
Ela se volta para a Matrix uma outra vez, mais forte, serena, caminha para a linha azul clara, deixando Chamartin.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

sentido sem

temperatura máxima a -1°
temperatura agradável nas salas
sal nas alamedas
escarcha nos gramados

Yalta, Locarno, Abissínia, Renania...
razões para Itália e Alemanha estarem na Espanha?
pan-mediterranismo... vamos falar claro?

vamos ficar no escuro
tão escuro como o conceito de nação
quantas nações há no Brasil?
e Carlos Marx diria o quê mesmo?

só sei que se o Drexler cantasse isso, ficaria bonito.
e a Vera vai deixar a rua bonita,
con los chavales de la calle Miosótis

La Exiliada del Sur

Dia 15 foi aniversário da Joi. É minha irmã, minha amiga, e muitas vezes minha mãe também. É muito bonita, e sempre fico contente quando dizem que somos parecidas, porque assim me sinto bonita também. É muito inteligente, e com a sensibilidade aguçada, tem coisas que apenas ela é capaz de fazer.

Para ela dedico esta música, de Violeta Parra e Patricio Manns, que gosto muitissimo. E nisso faço homenagem a todas as mulheres, que se despedaçam pelo mundo.

La Exiliada del Sur
(Violeta Parra- Patricio Manns)

Un ojo dejé en los lagos
Por un descuido casual;
El otro quedó en Parral
En un boliche de tragos.
Recuerdo que mucho estrago
De niño vio el alma mía:
Miserias y alevosías
Anudan mis pensamientos;
Entre las aguas y el viento
Me pierdo en la lejanía.

Mi brazo derecho en Buin
Quedó, señores oyentes;
El otro por San Vicente
Quedó no sé con qué fin.
Mi pecho en Curacautín
- Lo veo en un jardincillo -
Mis manos, en Maitencillo
Saludan en Pelequén;
Mi blusa en Perquilauquén
Recoge unos pececillos.

Se me enredó en San Rosendo
Un pie al cruzar una esquina;
El otro en la Quiriquina
Se me hunde mares adentro.
Mi corazón descontento
Latió con pena en Temuco
Y me ha llorado en Calbuco
De frío, por una escarcha.
Voy y enderezo mi marcha
A la cuesta de Chacabuco.

Mis nervios dejo en Graneros,
La sangre en San Sebastián
Y en la ciudad de Chillán
La calma me bajó a cero;
Mi riñonada en Cabrero
Destruye una caminata
Y en una calle de Itata
Se me rompió el estrumento
Y endilgo pa' Nacimiento
Una mañana de plata.

Desembarcando en Riñihue
Se vio a la Violeta Parra
Sin cuerdas en la guitarra,
Sin hojas en el coligüe.
Una banda' de chirigües
Le vino a dar un concierto.
Desembarcando en Riñihue
Se vio a la Violeta Parra
Desembarcando en Riñihue
Se vio a la Violeta Parra.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que nos preocupar?

Ontem se completaram 30 dias desde que cheguei aqui.

O que vi nesse período?

No Brasil, andou um pouco o caso de Cesare Battisti, o italiano que participou das lutas armadas na década de 1970, pela esquerda, e que agora é alvo para a sanha vingativa das direitas que estão no poder na Itália. Por favor, tiremos Berlusconi do poder! Se a mulher que foi casada com ele pede 60 milhões de euros de pensão, ela sabe de que total estará retirando a cota, e, certamente, o moço juntou esses ‘trocos’ trabalhando, claro, e cheio de honestidade! As informações que recebi dos italianos por aqui é que Berlusconi é ligado a um dos dois ramos da máfia, a mais assassina.
A preocupação, no Brasil, é o modo como as coisas podem ser ajustadas conforme os interesses em questão. Li que o Supremo não deveria julgar o caso, e mesmo assim julgou. E, dá medo ter um tipo como gilmar mendes, bahhhhh. Sem falar em suas ligações com a kátia abreu, que rouba terra de camponeses e camponesas em pleno século XXI!

Ao mesmo tempo, apareceu o caso dos crucifixos, na Itália e na Espanha.
Começou com uma mãe reclamando que a lei prevê educação laica, e ela não gostaria que seus filhos fossem obrigados na escola a conviver com o catolicismo.
Assim, começou o debate: tirar ou não os crucifixos das salas de aula?
Berlusconi disse que os crucifixos devem permanecer, porque o ‘povo italiano é católico por natureza, e que os crucifixos fazem parte da historia e da cultura, e que não iriam derrubar as igrejas para que não se visse as cruzes que lhes ornam em toda parte’. Algo assim.

Na Espanha, Zapatero, primeiro ministro, do Partido Socialista, disse que não iria afrontar a direita com esse debate...

De outra ponta, a Suíça... oh, Suíça, tanto tempo ‘neutra’ nos conflitos mundiais, transformada em adjetivo do que é rico, prospero e feliz, tropeçou. A direita do país colocou em questão, em 2007, a construção de minaretes, símbolo muçulmano, é uma torre levantada junto a uma mesquita, de onde o almuadem chama para a oração.
Começaram a achar que o Islã queria dominar o mundooo!!! E dá-lhe campanha junto ao povo para votar contra os minaretes.
Estes dias foi realizado o referendo sobre o assunto, e 57% da população votou contra.
Assim que, até mesmo os discursos de liberdade, de igualdade, de fraternidade, aquelas coisas antigas defendidas a unhas e dentes pela burguesia, parecem que se vão pro espaço.

Nada contra os católicos e católicas, mas também nada contra os muçulmanos e muçulmanas, e budistas, e ateus, e seja lá qual seja a crença ou a falta dela, desde que não implique em oprimir, matar, explorar, escravizar pessoas. Como dizemos: Vamos se respeitar!

Enquanto isso, Aminatu Haidar continua a greve de fome. É uma militante pela libertação do Sahara, e foi impedida de entrar em seu país, o Sahara, na volta de uma viagem. Faz 25 dias que está no aeroporto de Lanzarote, e não come, apenas pelo direito de voltar para sua casa.
Aqui, nos mobilizamos em solidariedade a ela, e que os governos de Espanha e Marrocos tomem vergonha e tirem suas patas do Sahara.

Falando em patas, que vocês acham da ameaça dos EUA sobre nós, latinoamericanos e latinoamericanas? Quem não viu a hilária clinton falar sobre “os riscos de flertar com o Irã”? “Relacionar-se com o Irã é uma má idéia”? Pelamordedeus, que pasa? Quem essa gente pensa que é?
Que levantem o embargo contra Cuba!
Que resolvam seus problemas de fome, doença e falta de moradia primeiro!
Quequéisso! São os primeiros do mundo em capacidade de destruição, os únicos que já usaram a bomba atômica contra outro povo, e vem ameaçar a nós, por recebermos o Ahmadinejad!

Uma noticia no Le Monde Diplomatique, de novembro de 2005, dizia que o governo estadunidense já preparava uma nova geração de especialistas em armas, para aprimorar e substituir os mísseis intercontinentais. E as armas nucleares são parte do arsenal, não há distinção entre armas nucleares e não nucleares.

Pois, seu obama e dona hilaria, TIREM SUAS PATAS DA AMÉRICA LATINA!!

Amanhã, uma conversa sobre Romper o Silêncio. Vamonos, tal vez asi logramos tener um poco de esperanza para los proximos 30 días, 30 años...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

De plátanos, sol e esperança

Era um dia bastante frio.
Tinha um solzinho tímido, que o vento gelado soprando do norte tornava quase imperceptível como fonte calor.

Caminhava sozinha pelas alamedas; os caminhos estavam meio vazios àquela hora, assim que se podia ouvir um sussurro de vento em lugar da alegre ou triste balbúrdia dos estudantes e das estudantes.
O que chamou a atenção era a chuva, chuva de folhas de plátanos. Parecia que alguém juntara as folhas e estava jogando propositalmente, para que voassem ao vento e enchessem o chão.
Elas se desprendiam das árvores, e caiam e caiam, amarelas, com o sol se refletindo e tornando as alamedas como caminhos de ouro pelo campus.

Algo parecido era a chuva de flores amarelas, na cidade de Palotina, no Paraná. Mas, eram flores, miudinhas, amarelas, caindo das árvores e atapetando o chão, e o frio era bem menos intenso.

Poderia acontecer muitas coisas ali. Mas, as folhas caindo, enquanto caminhava em direção a Facultad de Filosofia y Letras, apenas aquietaram o coração, e a beleza do momento, desfrutado na manhã gelada, não se sabe por que motivos ou como, devolveu esperanças. Só isso.

Ao chegar à entrada do Departamento de Historia Contemporânea, um sorriso. Pode-se perder as folhas, mas, não se deixa de ser plátano.

O que está enraizado, suporta o gelo do norte, e permanece.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Conversa com as crianças

Hoje assisti ao filme Ta Chovendo Hambúrguer.
É legal. Vocês já viram?

É baseado em uma história real. Ahã.

Se vocês viram, perceberam quem está no filme:
1. O cientista irresponsável, que sempre diz que quer resolver o problema do mundo.
Por que ele é irresponsável?
Porque o problema da fome no mundo, não se resolve produzindo comida artificialmente, mas, distribuindo bem, de acordo com as necessidades das pessoas, a comida que já é produzida naturalmente.
Hoje mesmo um amigo italiano me contava de como na Itália o governo manda destruir toneladas de tomate por conta das cotas de produção estabelecidas pela União Européia. Enquanto os tomates são destruídos lá, enquanto as vaquinhas holandesas são alimentadas com soja, enquanto os automóveis nos Estados Unidos podem estar usando combustível feito com milho, um bilhão de pessoas passa fome no mundo.
Muito dinheiro é gasto com armas. É um dinheiro que poderia pagar aos camponeses e camponesas para que produzam alimentos, e estes alimentos serem entregues às pessoas que precisam comer.
Logo, o problema do mundo não é produzir comida, é distribuir aquilo que é produzido.
Quem é o cientista irresponsável no mundo real?
São os cientistas que trabalham para as grandes transnacionais, produzindo plantas transgênicas, venenos, e outras coisas que fazem mal pra nós e pra natureza; e dizem que fazem isso para resolver os problemas da humanidade.
No filme, colocam o cientista como se fosse uma criança, pra dizer que ele não sabe o que faz; mas, na verdade, se fosse uma criança mesmo não ia fazer besteira, né?

2. Algumas pessoas enganadas.
São os camponeses e camponesas que acabam plantando sementes transgências, por exemplo, achando que assim vão produzir mais.
E, muitos consumidores, que acham que não vai fazer mal à saúde comer coisas produzidas em laboratórios e que não se sabe que efeitos podem ter.
Mas, chega uma hora, que todas as pessoas percebem que esse tipo de alimento só faz mal.

3. O dono da transnacional. Quero dizer, o prefeito.
Vocês já ouviram falar da Monsanto, da Cargil, da Bunge? Então, eles estão no filme.
Sabem que representa eles? O prefeito da cidade.
Vocês notaram que ele só pensa nos lucros que vai ter, e em encher a própria barriga? Mesmo quando o menino-cientista avisa que precisam parar com aquele jeito de produzir comida, o prefeito não quer saber de parar.
E quando os problemas ameaçam a vida de todo o mundo, o dono da transnacional só quer saber de salvar a si mesmo, não se importa com mais ninguém.

Quem ainda não viu, assista. E, fale pra todo mundo que precisamos tirar esse prefeito do poder! Isso é, precisamos tirar o poder das empresas transnacionais, porque os únicos no mundo que podem acabar com a fome, são as camponesas e os camponeses.
E o único jeito de fazer isso, é distribuindo direito a riqueza e os alimentos que as trabalhadoras e os trabalhadores produzem.

Então, FORA MONSANTO! FORA BUNGE! FORA STORA ENZO! E todas as outras grandes empresas do agronegócio.

E VIVAM AS CAMPONESAS E OS CAMPONESES!
VIVA A SOBERANIA ALIMENTAR DOS POVOS!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Homenagem IV

Hoje é 21 de novembro, e já são 12 anos que ela partiu.

Não quero que seja um dia triste. Mas, é difícil que não seja.

A Salete Stronzake, ou a Salete Strozake, continua aqui.

Esta semana recebi de uma amiga, Gimena, um livro, Sorginkeria. Já o li. E, enquanto lia, a Salete estava por aqui.

A cada livro que leio, em cada texto que escrevo, ela está por aqui. E em muitas outras coisas do dia-a-dia.

Claro que queria falar com ela. Queria saber o que acha do Neil Gaiman.

Queria ser música, e fazer uma canção pra ela.

Queria fazer uma homenagem à Salete, mas, ela também só era ela, porque estava nessa família.

Assim, preciso dizer OBRIGADA à mãe, ao pai, ao Nata, à Joi, ao Ney, à Salete, à Dite, ao Gigio, ao Chiquinho.
(quem lembra quem foram Juca, Bondade e Igreja?)

Bem, hoje é dia de celebrar. Celebrar a vida, nossa e da Salete.

Celebrar a vida, intensa, verdadeira, coerente.
Eu, um pouco longe, fisicamente, um pouco só. Mas, encontro os livros, me sinto meio bruxa, me sinto bem. Um pouco romântica, até piegas, mas, bem. É que li muita história de mocinhas, hehehe.

Aí estamos, todas e todos. Vou semear rúculas, que nas sementes que brotam também estão revivendo nossos mortos.

Homenagem III

onde tudo que havia era um armário na sala dos professores, com não muito mais que duas centenas de livros. Em cada intervalo, a conhecida “hora do recreio”, pedia licença e me deixava estar ali, sentada no chão, escolhendo qual levaria para ler em casa.

Biblioteca era espaço sagrado, e seus livros também. Deviam ser cuidados, lidos e devolvidos.

Um dia, em Querência do Norte, no Colégio Estadual Humberto de Campos, reencontrei meus amigos! Ali estavam, arrumadinhas na linda biblioteca, aquelas capas com figurinhas enfileiradas das capas da coleção! Vagalume!!!!!
E ademais: Os Seis, A Inspetora, O Gênio do Crime, ...

E quantos autores e autoras!!! Stela Carr, Marcos Rey, e aquele por quem morro de amores: Michel Zevaco!

Nesse ponto eu tinha uns 12 anos, e lia e lia, e cada dia trocava de livro, e a bibliotecária, grande pessoa, as vezes se espantava.

Sempre fui muito tímida, e fui a primeira criança do acampamento a começar a estudar em Querência, diferente de outras cidades, onde tinha os irmãos e amigos. Sentia a discriminação das outras crianças, e quase não tinha com quem conversar.
Assim, andava com Nostradamus, Lucrecia Borgia, Francisco I, Magdalena Ferrón, Buridan, Pardaillan, Capitan, Chicot, Margentina, ... quanta história.

Um ano passei dos limites, quando estava na sexta série. Quase reprovei em matemática. Durante as aulas, colocava um livro dentro do livro de matemática, e ficava lendo o tempo todo.

Lia no ônibus, indo e voltando da cidade onde estudava. Lia enquanto comia. Lia depois de comer, e antes de dormir.

Tanto ler me ensinou muita coisa. Praticamente tudo que faço hoje, é devido à relação com os livros na infância e na adolescência.

Ter escolhido História, ter escolhido ser professora, gostar da palavra e do papel, são derivados daqueles momentos, deitadinha, sentadinha, assombrada, encantada, quando ela nos apresentava mundos fantásticos.

E, hoje é 21 de novembro

(segue)

domingo, 22 de novembro de 2009

Homenagem II

Um cão a havia mordido, quando voltava da biblioteca. Agora teria que ficar uns dias sem trabalhar.
Nestes dias “sem trabalhar”, eu tomei nas mãos livros com capas cheias de figurinhas lindas. Mais tarde, descobri que o que me fascinava era a Coleção Vagalume, com suas capas onde se estampava todos os livros da coleção.

Aprendi muitas coisas. Ela trabalhava todos os dias, com os irmãos mais velhos, mas lavouras. Era uma quase adolescente, devia ter entre 12 e 14 anos. E, ia à biblioteca da cidade, trocar de livro quase diariamente

Assim fui descobrindo a fonte das histórias, contadas com vigor e inteligência por ela.

Querendo nadar naquelas águas, aprendi a ler cedo e rápido, e logo me meti com a turma do Chico Bento, de quem sou amiga até hoje.

Meu primeiro desejo de profissão: ser a leitora do rei. Imaginava um rei bem velhinho, que me contrataria para ler para ele, e eu estaria ao lado de sua cama, lendo e lendo aqueles livros encantadores.

Meu segundo desejo de profissão, quando me convenci de que não haveria um rei que me contratasse para ser leitora, era trabalhar numa biblioteca. O problema era que pensava que quem trabalha na biblioteca pode ficar lendo o dia todo...

Conforme crescemos, o tempo foi ficando escasso para as sessões de fantasia coletiva. Depois de um tempo longo para uma criança, um ano e meio talvez, fomos acampar, e o trabalho se intensificou, eu também seguia para as lavouras, e nos recolhíamos a dormir muito cedo.

Mas, os mundos imaginários estavam bem ali. Nos finais de semana, era correr pelas matas, balançar-se em cipós de modos que só (penso hoje) o anjo da guarda evitava ossos quebrados. Fazer cabanas, colher flores, buscar palmito de coqueiro.

Aos 8 anos li “Lendas Brasileiras”, devia ter umas 60 páginas? Aos 9, li “Capitães da Areia”, do Jorge Amado, e muitas vezes torrava a paciência do pai, lendo trechos para ele, as partes que eu mais gostava, e que identificava com a nossa luta.

As bibliotecas tornaram-se o paraíso. Lembro de uma escola, “Grupo Escolar Castro Alves”,

(segue)

sábado, 21 de novembro de 2009

Homenagem I

Hoje quero falar de amores.
Nem sempre cantados, nem sempre poéticos. Já se vão 12 anos.

Eu vejo como vou envelhecendo, e o que me deixa feliz é saber das pessoas tantas por cujo amor fui abraçada.

Uma dessas pessoas, alguns não conheceram, e muitos outros, sim.
Com ela, eu teria uma dívida impagável. Mas, era um ato de amor, logo, só gera em mim o compromisso de dar aos outros e as outras o que ela me deu: o amor pela leitura e tudo que advém daí.

Era muito pequena ainda, tinha uns 4 ou 5 anos, quando ela começou. Não entendia bem de vinham todos aqueles mundos fantásticos, mas, a cada dia sentava ou deitava para ouvir suas histórias.
E, histórias participativas!
“... então, Pedro puxou o pano que cobria o caixão, e, e, então, o que eles viram????
- Um monstro!
- Um vampiro!
- Um morto!”
Não lembro qual foi meu palpite, mas, certamente fui superada pelo mano e pela mana mais velhos, Gigio e Dite.

O fato é que as aventuras passaram a povoar minhas idéias.
“Os Seis e Casarão em Ruínas”, “Os Seis e o Cemitério Maldito”, e creio que comecei a inventar histórias para estes “Seis” amigos.

Quando não estava brincando com o Gigio e os amiguinhos, brincava sozinha pelos arredores, combatendo seres maléficos, percorrendo caminhos terríveis, que somente a mais destemida e inteligente guerreira poderia percorrer.
O canto da casa poderia ser o tombadilho de um navio naufragando, o topo do pé de carambola era a sala mais alta da torre, de onde eu deveria recuperar alimentos roubados pelo incrível rei de duas cabeças. Rastejar entre os pés de quiabo da mãe era um combate de sangue contra criaturas zumbis. E quando éramos atacados por lobisomens, então!

Em seguida, eles, os livros, surgiram concretamente na minha vida. Um dia a mãe explicava que ela estava voltando da biblioteca, onde ia todos os dias, e um cão a atacou.

(segue)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Do método das partidas dobradas

Sim, é o método básico da contabilidade, creio eu. A essência é que para todo débito, há um crédito, e vice-versa.

Das coisas não tão boas:
- A forma de entrar no trem e no metrô é a antiga, com aqueles papelinhos com fitinha magnética, que eu guardo no bolso e se amassam. Além de que é fácil perder.
- A má vontade e a má educação em alguns serviços. Não se espera um “bom dia” em algunas mercados, por exemplo.
- Em várias estações dos transportes subterrâneos, não há pessoas para vender bilhetes, apenas máquinas e guardas de segurança.

Das coisas muito boas:
- Pessoas maravilhosas, que fazem tudo para nos acolher e nos deixar como se estivéssemos em casa.
- As linhas de trem e metrô. Para muitos lugares, e fácil de se localizar dentro delas.
- O vinho ecológico é algo indescritível.
- O mijo. Não se espante. É apenas um cereal, de grão muito muito pequeno, quase como uma quirera, que ficou soberbo com um porquinho frito. Além do que é altamente nutritivo, me disseram.
- O Barrio Lavapiés, que merece um post exclusivo.

Dos luxos a que podemos nos dar:
- Comer pão com pipa (semente de girassol), com azeite de oliva, todos os dias em que a Rosa tenha feito o pão com pipa.
- Sentir saudades de pessoas, e saber que estas pessoas também estão com saudades de mim. E, que o reencontro será lindo.
- Ter para onde voltar.

Buenas noches! Que los sueños sean buenos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Daqueles que viajam sozinhos

Não estou falando de eu mesma. Espero que nem de ti.
Nas vezes que viajei sem companhia de pessoas conhecidas, em geral estava observando os companheiros e companheiras de viagem, e tecendo histórias e conjecturas: se o ônibus sofre um acidente, quem se disporia a ajudar? Quem estaria preocupado exclusivamente consigo mesmo? Quantas famílias estariam desoladas? Quantas não teriam recursos para hospital?
E se o avião cair? Hummmm, que reação cada pessoa teria? Quem começaria a por a culpa no piloto?
E, claro, as vezes a gente viaja metida em nós mesmas ou mesmos. Lemos o livro, o jornal, olhamos as nuvens, as arvores, observando a nós mesmos/as, ou perdidas/os em outros lugares e espaços.
Mas, tem pessoas que viajam absolutamente metidos em si mesmos. Viajam absolutamente sozinhos.
Está no masculino, mulheres, porque até hoje só vi este ‘fenômeno’ ocorrer com homens.
Como é o tipo que viajar sozinho? Descrevo o comportamento de um, com que tive o desprazer de viajar semana passada:
Ele leva uma pequena mala ou valise, ou mochila (mais raro).
Entra no avião olhando para si mesmo, trata mal os trabalhadores que estão alí atendendo, e se for obrigado a olhar os demais passageiros, o fará com a embófia típica da imbecilidade capitalista.
Ao identificar seu assento, ele passa a se ocupar de seu bem-estar na poltrona: coloca o casaco no guarda-malas, abre a maleta, valise ou mala, olha o que irá ler para melhor demonstrar seu nível de sapiência, pega um jornal, desiste dele, pega outra coisa, olha demoradamente. Enfim, se decide a fechar a mala, e a guardá-la de modo que não amasse a roupa que guardou antes.
Nesse momento, atrás dele está uma grande fila de pessoas, esperando para passar pelo corredor obstruído pelo sujeito e chegar a seus assentos.
Ele irá passar a viagem em branco, pra si e pra todo mundo. Não irá ver nuvens, nem arvores, nem o passageiro ao seu lado. Creio eu que ele está vendo isso tudo, mas, quer que os outros pensem que não está aí, que é tão cheio de si mesmo, que não está para ningúem nem para nada.
Em caso de acidente, este tipo seguramente pisará cabeças, agarrará sua malinha, e buscará sua salvação.
Ao desembarcar, o tipo faz o mesmo caminho, inverso. Ocupa o corredor, tinha a maleta, vagarosamente a abre, guarda o que tiver que guardar, faz de conta que não percebe as pessoas que esperam o corredor para se mover.
As vezes o calor de humanidade que se gera e transmite nesses momentos de preocupação tão pequena com o bem estar de estranhos, pode deixar os dias mais felizes, apesar de qualquer coisa.
Não é preciso nenhuma intimidade, nem trocas de histórias de vida, apenas, um pouco de gentileza.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um 16 de Novembro Alegre

Despertar as 08:30, arrumar a cama, água para o café
Quer saber quando te olhei na piscina, se apoiando, com as mãos na boooooorda, fervendo a água...
Água fervendo, duas colheres, café ficou forte, duas xícaras, uma acompanha o pão, outra acompanha a leitura de contos galegos.
Fervendo a água que não era tão fria e um azulejo se partiu porque a pooooorta, do nosso amor estava se abrindo, e os pés que irão por esse caminho...
Mochila pronta, tapuér com almoço pronto, chaves, tíquete do trem, agasalho, está quente e bonito lá fora. Sol ardendo.
Sair a Calle del Amparo. E os pés que irão por esse caminho, vão terminar no altar. Eu só queria me casar, com alguém igual a você, y alguén igual não há de ter, então quero mudar de lugar...
Calle de la Espada. Eu quero estar num lugar, da sala pra te receber!
Tirso de Molina, y Calle Doctor Cortezo. Na cor do esmalte que você vai escolher, só para as unhas pintar. Quando é que você vai sacar, que os vãos que fazem suas mãos...
Uma praça que ainda não sei o nome, mas tem um ponto de ônibus. Y ahí está Calle de la Carreta abajo.
Que os vãos que fazem suas mãos é só porque você não está comigo? Só é possível, te amar! Seus pés se espalham em fivelas sandálias, e o chão se abre...
Estación Sol. Cercanias-renfe, Charmatin, Colmenar Viejo, Três Cantos, SSdelosReyes.
E o chão se abre, por dois sorrisos, irão virando o seu corpo que é praia, de um escândalo, charme y macio, que cor terá se derreter?? Que som o lábios vão morder?? Vem me ensinaaaaar a falar! Vem me ensinaaaaaaar a ter você!
Leituras, leituras... La História Maleable, de Anaclet Pons. Interessante.
Opa, já é Cantoblanco.
Ficha na biblioteca. Soy brasileña tengo pasaporte no no tengo aún la tarjeta de estudiante si de máster oh 20 libros! Qué bueno! Si ya hice mi correo de la UAM ya solicité la tarjeta pero demora unos días puedo acceder la biblioteca por la pagina web bueno renovar hasta 10 veces! Mui bien. Ah bien salas para invetigadores del otro lado me gusta estar más cerca de los libros...

Começado o dia, vou-me, porque as aulas começam daqui a pouco.
Nando Reis é alegria por pombos chegados com mensagens enquanto eu dormia.
Bom dia pra todas e todos!

domingo, 15 de novembro de 2009

Apagar de estrelas

Era um dia

Como outro dia

Outro dia?

Olhava o céu

A previsão do tempo

Quantos agasalhos

Calor no sul, frio do norte

Caixa vazia

Quatrocentas mensagens, nenhuma a esperada.

Outro dia?

Outro dia começa, com o final da noite

E antes da aurora

É exatamente

A hora mais escura.

Quando as estrelas se apagam

Para que o sol desperte.

Chegando em Madrid

Cheguei quase ao por do sol. Em Barajas saí do aeroporto direto pra rua, porque tinha passado pela polícia em Amsterdã.
Depois, trem, táxi, e cheguei com Rosa, minha hospedeira, no bairro Lavapiés.
Predinhos antigos, de no máximo 3 andares, com suas sacadinhas iguais, em ruas estreitinhas, que compõe um labirinto.